Há decisões na vida que não cabem em planilhas de custo-benefício. Decisões que acontecem no silêncio da madrugada, quando uma mãe observa o sono do filho e faz aquela pergunta que ninguém mais ouve: "será que estou fazendo o suficiente? Será que estou presente o suficiente?".

 

Esta é a história de Karine Fernandes, mãe de dois filhos, cirurgiã-dentista e criadora de conteúdo – mas poderia ser a sua.

 

O dilema que ninguém vê

 

Quando Karine se formou em odontologia, ela seguiu o caminho esperado. O jaleco. O registro profissional. O consultório equipado. A agenda lotada com meses de antecedência. A estabilidade que tantos invejam.

 

O que ninguém conta na faculdade é que toda consultamarcada pode significar um momento perdido. Um abraço que não foi dado. Umafebre que outra pessoa precisou cuidar.

 

— Com o tempo, percebi que precisava mudar — confessa Karine.

 

Uma confissão que tantas mães temem fazer por medo do julgamento, como se escolher a família sobre a carreira fosse um sinal de fraqueza, não de coragem.

 

Foi quando ela tomou uma decisão que muitos não entenderiam: começou a trabalhar com o Instagram. Não por vaidade. Não por fama. Mas pela possibilidade de trabalhar de casa, estar presente, respirar o mesmo ar que seus filhos respiram.

 

A culpa que ninguém posta

 

— Sofro com a culpa materna — revela Karine com uma honestidade que raramente vemos em feeds perfeitamente curados.

 

E como não sofrer? A internet nos mostra mães CEO amamentando enquanto fecham negócios milionários. Mães influencers com casas impecáveis e filhos sempre sorridentes. Como se a maternidade e o empreendedorismo fossem uma dança perfeitamente coreografada, sem tropeços ou descompassos. A realidade de Karine é outra:

 

— Muitas vezes, meus filhos estão doentes em casa e eu preciso sair assim mesmo, me apresentar bem diante das câmeras, quando tudo oque eu queria era estar ao lado deles, dando colo.

 

Há algo profundamente vulnerável nessa confissão. A imagem da mãe sorrindo para a câmera enquanto sua mente está no quarto ao lado, onde um filho faz aerossol. Uma dualidade que milhões de mulheres vivem diariamente, mas raramente nomeiam.

 

A liberdade redefinida

 

As grandes transformações raramente acontecem em epifanias dramáticas. Para Karine, foi um processo gradual de observação.

 

— Empreender, registrar meu nome, criar produtos e crescer com a minha marca passou a fazer mais sentido do que passar oito horas por dia, sete dias por semana no consultório, sem conseguir remanejar agenda ou desmarcar clientes.

 

A palavra "liberdade" ganha um novo significado aqui. Não é a liberdade de fazer o que quer, quando quer – esse é um luxo que mães raramente conhecem. É a liberdade de estar presente quando importa.

 

— Hoje, posso cuidar dos meus filhos enquanto gravo. Às vezes, estou fazendo uma receita, dou uma pausa, vejo se está tudo bem com eles, e volto a gravar.

 

Pequenas pausas. Pequenos momentos. Pequenos milagres cotidianos que nenhum salário poderia comprar.

 

O futuro tem nome próprio

 

Agora, Karine sonha em criar um produto com seu nome –um nome que construiu e registrou no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Um produto que, como ela diz, "continue trabalhando por mim, para que eu possa me dedicar ainda mais à minha família".

 

Há uma sabedoria profunda nisso que transcende qualquer manual de negócios: perceber que o maior investimento não é o que fazemos em nós mesmos, mas o que fazemos no tempo com aqueles que amamos.

 

Karine ainda atende no consultório uma vez por semana. Uma ponte entre quem foi e quem está se tornando. Mas seu olhar já está no horizonte, em um futuro onde seu nome trabalha por ela, enquanto ela trabalha pelo que realmente importa.

 

O que o sucesso significa

 

O verdadeiro sucesso de uma mãe empreendedora não se mede em números de seguidores ou em cifras bancárias. Mede-se nos olhos de uma criança que cresce vendo sua mãe reinventar o mundo para estar presente. Mede-se em um legado invisível de coragem e prioridades claras.

 

Quando Karine registrou seu nome como marca, ela não estava apenas protegendo um ativo comercial. Estava declarando ao mundo e a si mesma: "esta sou eu. Esta é minha escolha. Este é meu caminho". E talvez seja isso que todas buscamos, no fim: não apenas o sucesso, mas o direito de definir o que sucesso significa para nós.

 

Mães empreendedoras: equilibristas de vidas

 

Este é o segundo texto da série "Mães empreendedoras: equilibristas de vidas" da Intelivo. Afinal, acreditamos que proteger sua propriedade intelectual é também proteger a jornada extraordinária que você percorreu para criá-la. Para saber mais sobre como a Intelivo pode ajudar a blindar a sua marca, entre em contato com o nosso time.