Você já parou para pensar que estamos vivendo em uma nova realidade? Neste ano, 2,21 milhões de pequenos negócios nasceram no Brasil apenas nos primeiros cinco meses. Isso mesmo: mais de 2 milhões de sonhos tomaram forma. Ideias viraram realidade. Pessoas decidiram que não vão mais esperar. E sabe o que é mais interessante? Você provavelmente nem percebeu.

 

Visualize um formigueiro. Agora multiplique por mil. É isso que acontece no país neste exato momento. Todo dia, mais de 14 mil novos empreendedores abrem suas portas. Toda hora, quase 600 pessoas decidem que é hora de parar de sonhar e começar a fazer. "Mas Cris, isso é bom ou ruim para mim?". Essa pergunta que você acabou de fazer mentalmente é exatamente o ponto de virada. Afinal, seus concorrentes já agem.

Aqui está o que ninguém está te contando: o INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) anunciou um reajuste médio de24,1% nos valores dos serviços de registro de marca. A data? 7 de agosto. Daqui a algumas semanas. Sabe o que isso significa? Que o registro da sua marca vai quase triplicar o custo. Do pedido inicial até possíveis recursos. Tudo mais caro. E tem mais. Você não é o único que sabe disso.

 

Clientes que há meses "pensavam melhor" sobre registrar a marca agora chegam correndo. Literalmente correndo. Todos querem bater o prazo. Resultado? Uma corrida desesperada. Pessoas registrando marcas às pressas. Pedidos acumulados. E você? Ainda está "pensando melhor". O problema não é só o aumento de preço. É que nessa corrida, alguém pode registrar o nome que você usa há anos. Aquele que você ainda não protegeu.

Muitos desconhecem. O Brasil investiu US$ 244 bilhões em ativos intangíveis em 2021. Marcas, softwares, pesquisa e desenvolvimento, capital humano. Sabe o que isso significa? Deixamos de ser o país do "jeitinho" para ser o país da inovação. Mas tem um problema: R$ 498bilhões em investimentos intangíveis brasileiros são invisíveis nas estatísticas oficiais. Você está no país que cresce nas sombras ou no que ainda não acordou?

 

Semana passada, um cliente chegou desesperado. Ele teve uma ideia sensacional há dois anos, mas "não tinha pressa" para registrar a marca. Adivinha o que aconteceu? Uma pessoa de outro estado registrou uma marca similar três meses antes dele. Resultado: dois anos de trabalho, investimento e suor... perdidos. Ele olhou para mim e disse: "eu sabia que tinha que fazer isso antes, mas sempre achei que tinha tempo".

 

Tempo. Essa palavra que nos engana todos os dias. A verdade é que os números não mentem: 77,4% das novas empresas são MEIs, 18,5%são microempresas. E todas elas, sem exceção, pensam em como se destacar. Como proteger suas ideias. Como garantir que ninguém vai copiar o que levaram meses para criar. E sabe qual é a pior sensação do mundo empresarial?

 

Não é falir. Não é perder dinheiro. É descobrir que você perdeu algo que era legitimamente seu porque não agiu quando deveria. É ver sua ideia, sua marca, seu conceito sendo usado por outro. É sentir aquele aperto no peito e pensar: "eu deveria ter registrado isso antes". Agora adicione a isso: "e ainda por cima, agora custa 24,1% mais caro".  

 

Os investimentos em ativos intangíveis no Brasil cresceram 23% desde 2020, segundo estudo recente do INPI. Marcas representam25% desse investimento. Você entende o que representa esse cenário na prática? Que a economia brasileira já entendeu que o futuro não está nas máquinas, mas nas ideias. E ideias, meu caro leitor, só têm valor quando são blindadas.

 

Neste momento, eu sei, você está numa encruzilhada. À sua esquerda, o caminho da procrastinação: "vou fazer isso depois do aumento", "não tenho pressa", "ainda dá tempo". À sua direita, o caminho da ação: proteger o que é seu antes que seja tarde. E antes que custe o triplo. Escolha bem.

 

Não vou mentir para você. Registrar uma marca não é mágica. Não vai transformar seu negócio da noite para o dia. Mas sabe o que vai fazer? Vai te dar algo que dinheiro nenhum compra: paz de espírito. Um futuro. Um legado. A certeza de que aquilo que você construiu com tanto suor é legitimamente seu. A tranquilidade de saber que ninguém pode chegar e tomar oque você levou anos para criar. E agora? Ainda pelo preço atual.

 

Então me diga: você vai ser mais uma estatística entre os milhões que procrastinam, ou vai ser um dos poucos que agem no momento certo? No fim das contas, a diferença entre quem prospera e quem fica para trás não está na ideia. Está na atitude. E o tempo, meu amigo, é o único recurso que não volta atrás. Ainda mais quando ele tem data de validade.